quarta-feira, 15 de abril de 2015

OS GRANDES CONTOS DO VIGÁRIO (art. 171 do Codigo Penal)

Este conto é aplicado nos dias de hoje também pela Internet. Proteja-se

Heranças inexistentes e pagamentos com dinheiro falso - assim 

começou a arte da vigarice em um país chamado Brasil.

Existe muita história sobre como teria iniciado a expressão o conto do Vigário.
Uma delas diz que o conto do vigário aconteceu no século XVIII na cidade de Ouro Preto entre duas paróquias: a de Pilar e a da Conceição que queriam a mesma imagem de Nossa Senhora.
Um dos vigários propôs que amarrassem a santa no burro ali presente e o colocasse entre as duas igrejas. A igreja que o burro tomasse direção ficaria com a santa. Acontece que, o burro era do vigário da igreja de Pilar e o burro se direcionou para lá deixando o vigário vigarista com a imagem.
Outro fato interessante aconteceu no século XIX em Portugal quando alguns malandros chegavam à cidades desconhecidas e se apresentavam como emissários do vigário. Diziam que tinham uma grande quantia de dinheiro numa mala que estava bem pesada e que precisaria guardá-la para continuar viajando.
Diziam que como garantia era necessário que lhes dessem alguma quantia em dinheiro para viajarem tranqüilos e assim conseguiam tirar dinheiro dos portugueses facilmente.
Dessa forma, até hoje somos vítimas dos contos dos vigários que andam por aí, por isso a dica é, tomar muito cuidado com ajudas e ganhos, para que não caia num Conto do Vigário.
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ORIGEM
A palavra vigarice teria surgido do religioso
testamentário de heranças inexistentes
 
Teria sido o poeta português Fernando Pessoa quem, pela primeira vez, explicou a expressão conto do vigário. Seu comentário aparece em uma crônica publicada no jornal “O Sol”, em 1926, sobre a façanha de um pequeno proprietário rural chamado Manuel Peres Vigário. Ele teria comprado animais para a sua fazenda e pago aos negociantes de gado com notas falsas de 100 mil réis, episódio que ficou conhecido como os contos de réis do Manuel Vigário e mais tarde apenas como os contos do Vigário. Esta e muitas outras histórias que elucidam como a nobre designação religiosa terminou por derivar na palavra vigarista foram reunidas no livro “Os Contos e os Vigários – Uma história da Trapaça no Brasil” (Leya), uma interessante e divertida pesquisa realizada pelo historiador José Augusto Dias Júnior.
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Outra hipótese sobre as origens da expressão, apresentada pelo autor, parte da própria figura religiosa do vigário. No final do século XIX e início do XX operou na Espanha, em Portugal e no Brasil uma quadrilha que enviava cartas a famílias abastadas relatando passagens dramáticas e comoventes e, no meio de tanto choro, informava que havia uma herança vultosa em seu nome. Tudo isso com a chancela de um idôneo religioso, os devidos selos e carimbos, aparentando autenticidade. No Brasil, há pelo menos três registros documentados de pessoas que receberam a tal correspondência, todas assinadas pelo vigário espanhol Manuel Suarez Lopes, da suposta Iglesia Parroquial de Santa Maria, na província de Pamplona, na Espanha. Para cuidar dos trâmites legais do testamento, os beneficiados mandavam um valor em dinheiro. E nunca mais ouviam falar do tal religioso. Em um relato da época pode-se ler: “O conto do vigário é um laço armado com habilidade à boa-fé do próximo ambicioso. É o caso em que os espertos se fazem de tolos e o tolo quer ser esperto.”

 Um caso verídico do gênero ocorreu em julho de 1969, enquanto a Apollo 11 fazia sua viagem à Lua. Um jovem sergipano chamado José Alves dos Santos levou para alguns fazendeiros do interior de Minas Gerais um mapa detalhado da superfície lunar e oferecia-lhes lotes no espaço. Ele fechou dois negócios e ainda trazia dinheiro em sua valise ao ser interrompido pela ação da polícia. Em Paris, pouco antes da Segunda Guerra Mundial, um famoso vigarista conhecido como conde Victor Lustig vendeu a dois empresários parisienses pedaços da Torre Eiffel. Na área das finanças, o primeiro espertinho de que se tem notícia é o italiano Carlo Ponzi. Ele começou a trapacear nos EUA com os seus próprios conterrâneos. Elegante e com fala fluente, qualidades fundamentais de todo o bom golpista, se apresentava como funcionário bancário e se oferecia para enviar somas em dinheiro dos imigrantes para seus familiares na Itália, sem a cobrança de taxas. Embolsava todo o dinheiro. A maracutaia foi descoberta e ele preso. Mas depois desse embaraço com a Justiça voltou ao crime em grande estilo e passou a atuar como especulador financeiro. Emprestava dinheiro e prometia devolver uma soma 50% mais elevada. Alguns vizinhos, amigos e donos de estabelecimentos comerciais desconfiaram, mas decidiram experimentar. Depois de alguns retornos vantajosos, mais pessoas passaram a participar e foi o princípio de uma ciranda financeira que chegou à considerável quantia de US$ 2 milhões em plenos anos 1920. A vigarice lhe custou 11 anos de prisão. E deixou, infelizmente, um legado que perdura até hoje.
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 Fonte: Natália Rangel - Revista Isto É;

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