MÉDICO DO PIAUI RECEBE MANDADO DE PRISÃO POR NÃO TER VAGA EM HOSPITAL.
No Brasil, o tema abuso de autoridade, não é disciplina acadêmica, mas uma realidade diária aplicada normalmente à cidadãos indefesos. A "Carteirada" é uma prática onde falta o bom senso e sobra o tal do "SABE COM QUEM TÁ FALANDO?"
Abusos e atrocidades devem ser denunciadas, contra quem quer que for, apenas exercendo nossos direitos de cidadão, estaremos construindo um país de exemplo aos filhos e netos.
Denuncie sempre que testemunhar, veja o caso abaixo;
O médico Mario Primo informou que ao ser abordado por um oficial de justiça com mandado para internação de paciente do sexo masculino, vítima de acidente de trânsito, ele assinou o mandado, com a observação de que todos os leitos da UTI do HGV de Terezina-PI, pela qual respondia, estavam ocupados.
“O oficial de Justiça me disse que eu deveria, então, providenciar a transferência do paciente para um hospital particular. Porém informei que não tinha poder para isso. Eles foram embora e na madrugada uma outra pessoa chegou com um mandado de prisão do juiz determinando a minha prisão, com a presença de dois policiais militares fortemente armados. No momento, eu estava reanimando um paciente com parada respiratória. Um colega médico foi atendê-los, afirmando ser impossível eu interromper o procedimento.''
Na foto o Médico Mario Primo
Um policial disse que estava apenas cumprindo a ordem de prisão, mas que estava envergonhado, pois ele viu que a atitude era absurda. Foi uma situação vexatória, de pânico e de tensão. Sou um médico que estava ali para salvar vidas e tinha oito pacientes graves sob meus cuidados na UTI. De repente, eu sou ameaçado de prisão por uma situação que não me compete. O médico quer que todos tenham direito a leitos, mas o que o juiz parece desconhecer é que a situação é grave. Não há vagas para todos e são os governantes que precisam resolver isso. Infelizmente somos vítimas diariamente desses abusos por estarmos na linha de frente. Espero nunca mais passar por isso”, descreveu.
A Associação dos Magistrados Piauienses (Amapi) se manifestou sobre o caso, através de uma nota enviada à imprensa. A nota se manifesta sobre a internação de pacientes na rede pública de saúde de Teresina sob ordem judicial. O texto ressalta o dever constitucional do Estado de assegurar um serviço de saúde de qualidade à população e explica como é o trâmite para que o juiz profira sua decisão.
O Conselho Regional de Medicina (CRM/Piauí), vai entrar com uma representação (denúncia administrativa) contra o juiz Deoclécio Sousa, na Corregedoria de Justiça do Piauí e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Na madrugada DE 06/10/2014 dois médicos intensivistas foram ameaçados de prisão por não cumprir um mandado de segurança expedido pelo magistrado que autorizava a prisão do plantonista caso não houvesse vaga da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a internação de um paciente. Para o CRM, o episódio foi de constrangimento, humilhação e intimidação das equipes de plantão no Hospital Getúlio Vargas (HGV) e Hospital de Urgência de Teresina (HUT).
É dever do estado zelar pela saúde do Cidadão, mas isso não tornam os médicos os responsáveis por gerarem leitos aos pacientes.
A ordem de prisão não deveria ter sido endereçada aos reais responsáveis pela falta de leito no estado ?
Fonte: cidadeverde.com
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